Por que você não ficou na outra escola?
eu apanhava.
eu apanhava.
jura?
juro.
juro.
conte um pouco para a gente sobre o que faziam contigo na outra escola?
me batiam.
me batiam.
por quê? qual era o motivo?
nada.
nada.
Vejam o vídeo abaixo, criado pelo Movimento Entusiasmo em parceria com outras organizações e pessoas muito especiais. no vídeo, há o depoimento do Davi, abrindo o jogo sobre a violência praticada numa das escolas em que estudou. o depoimento de Davi é um sinal vermelho que reforça: deficiente não é a pessoa, deficiente é o espaço incapaz de acolher/assumir a diversidade. cultivar espaços saudáveis e acolhedores é indispensável para qualquer mudança profunda.
Para provocar as pessoas sobre a percepção do espaço em que vivem,
eu e meus amigos do Entusiasmo organizamos uma experiência em um evento realizado ontem em SP (lançamento da SAM, a Semana de Ação Mundial). vendamos os participantes e saímos com eles pelas ruas. "teve uma hora que uma das meninas que eu tava guiando começou a chorar baixinho, por baixo da venda. de inicio, ela me disse que fazia muitas vezes esse exercício, porque trabalhava com cegos", me contou Inês Fernandes, uma das amigas-voluntárias. enquanto andávamos, falamos com desconhecidos nas ruas e estimulamos as pessoas a perceberem os outros sentidos com mais ênfase, para que a privação da visão fosse percebida pelo viés da potência, pela expansão dos outros jeitos de interagir com o mundo. por vezes, as pessoas vendadas ouviam trechos de poemas e textos diversos, lidos por voluntários que faziam aproximações breves para inspirar os passos no percurso cego.
eu e meus amigos do Entusiasmo organizamos uma experiência em um evento realizado ontem em SP (lançamento da SAM, a Semana de Ação Mundial). vendamos os participantes e saímos com eles pelas ruas. "teve uma hora que uma das meninas que eu tava guiando começou a chorar baixinho, por baixo da venda. de inicio, ela me disse que fazia muitas vezes esse exercício, porque trabalhava com cegos", me contou Inês Fernandes, uma das amigas-voluntárias. enquanto andávamos, falamos com desconhecidos nas ruas e estimulamos as pessoas a perceberem os outros sentidos com mais ênfase, para que a privação da visão fosse percebida pelo viés da potência, pela expansão dos outros jeitos de interagir com o mundo. por vezes, as pessoas vendadas ouviam trechos de poemas e textos diversos, lidos por voluntários que faziam aproximações breves para inspirar os passos no percurso cego.
A Pilar Lacerda, por exemplo, disse que sentiu bastante incômodo no final da experiência. medo de cair, sensação de viver em uma cidade com espaços nada cuidadosos. espaços deficientes.
Por que largamos os espaços ao nosso redor às traças? por que paramos de percebê-los? exercitemos mais a curiosidade diante de cada centímetro de chão que pisarmos, de cada olhar e piscadela que lançarmos. como disse a Inês, em suas impressões sobre a experiência de ontem, "fiquei pensando como a curiosidade é um sentimento potentíssimo na ligação entre pessoas e como ela se sobrepõe ao medo e à desconfiança".
Sigamos com mais curiosidade.
Texto de André Gravatá
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