Eu não quero voltar sozinho
Por Matheus Oliveira
Ei, você tem 20 minutinhos livres? Se tem,
ótimo. Então, por favor, sente-se de frente para um computador e assista o
curta “Eu não quero voltar sozinho”.
Entre as paginas na internet, certa vez li uma
matéria de um filme longa-metragem que estrearia nos cinemas agora no mês de
abril, este longa era uma expansão de um curta brasileiro lançado em 2010 e que
fez sucesso no Youtube com mais de 3 milhões de visualizações. Isso foi o que
bastou para chamar minha atenção. Rapidamente achei o curta e o assisti, e o
que estava pra mim sendo um dia extremamente tedioso, fez com que eu fosse dormir
com um sorriso estampado no meu rosto e meu nível de fascinação por um filme
brasileiro (sério, eu não consigo gostar de filme brasileiro) fosse muito alem
de minhas expectativas.
Esse adorável curta de dezessete minutos conta
um pouco do cotidiano do Leonardo, um adolescente deficiente visual que estuda
em uma escola normal e que tem como melhor amiga, Giovana. Eles são muito
amigos e compartilham tudo um com o outro. Porém, as coisas começam a mudar
quando surge um aluno novo, Gabriel, que acaba despertando em Leonardo
sentimentos que ele desconhecia e, aos poucos, ele percebe que está apaixonado pelo garoto.
O curta retrata sim sobre a homossexualidade,
mas não dá prioridade a isso. E essa é uma das maiores proezas que eu notei,
pois ele acaba nos mostrando isso de uma forma tão natural que como se
deixássemos o assunto em segundo plano.
O bonito desse curta é que nada é forçado, as
situações ocorrem no seu tempo certo, sem pressa alguma. Mesmo tendo menos de
vinte minutos de duração, a construção da relação de amizade do Leonardo com o
Gabriel é muito bem feita, sendo bonita e até inocente.
Um ponto legal é que o Leonardo não se sente
um coitado ou diferente só por causa da sua deficiência visual, em certo
momento ele até diz que há uma vantagem nisso. O legal também é que por causa
de ser cego, o protagonista acaba tendo que descobrir outros jeitos de saber como
é o Gabriel: pedindo descrições e pelo seu olfato.
Tanto a deficiência visual, quanto a
homossexualidade são tratados de uma maneira bastante delicada e natural. Isso
é o que mais gostei no curta.
Não é um filme sobre nem uma
coisa nem outra, mas sobre a adolescência
e a descoberta da sexualidade.
E que, por acaso, é através de um garoto cego que se descobre homossexual.
O diretor (Daniel Ribeiro) conseguiu retratar
muito bem a história, criando situações divertidas e emocionantes, que como eu
já disse, não deixa nada forçado. Os atores também conseguiram desempenhar
muito bem seus papéis, o Ghilherme Lobo (Leonardo), por exemplo, ele demonstra
com tanto realismo o olhar vago de um deficiente visual que achamos que ele é
mesmo um, coisa que ele não é.
Eu super recomendo o filme, acho que ele deve
ser assistido por todas as pessoas, não importando sua sexualidade ou idade,
pois ei, você não precisa ser gay pra assistir um filme sobre essa temática!
E por fim, não vejo a hora de assistir o
longa, que deve ser tão bonito quanto este, “Hoje eu quero voltar sozinho”.
Colaboração : Matheus Oliveira
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