Pessoas incríveis
Êda Luiz: o poder do conhecimento para todos
Aos 64 anos, ela é diretora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja), em São Paulo, e transformou o lugar por meio de uma metodologia diferente de aulas.
"Conhecimento te dá poder", diz Êda Luiz, numa conversa realizada dentro de uma sala onde a todo momento pessoas batiam na porta e já entravam. Sua sala é um cômodo que não impede a entrada de ninguém, a porta está sempre aberta. No meio da conversa, aparece uma professora: "Oi, dona Êda, na escola em que trabalho, experimentamos uma das ideias que são desenvolvidas aqui, deu muito certo". As pessoas falam com dona Êda como se ela fosse não apenas a diretora, mas também uma grande mãe, que cumprimenta com um abraço apertado.
O Cieja é um projeto da prefeitura, uma escola voltada para jovens e adultos que querem voltar aos estudos. Dona Êda transformou o Cieja do Campo Limpo em um lugar ainda mais especial, em que o aprendizado é percebido e experimentado dentro e fora das aulas. Há mulheres que até hoje frequentam as aulas sem contar aos maridos, porque sabem que, caso eles descubram, talvez elas sejam obrigadas a voltar para casa emtempo integral. A evasão de estudantes ainda é um problema, mas dona Êda enfatiza que muitos voltam depois de deixar a escola - saem, geralmente, porque encontram empregos e não por não gostar da proposta.
O Cieja é um projeto da prefeitura, uma escola voltada para jovens e adultos que querem voltar aos estudos. Dona Êda transformou o Cieja do Campo Limpo em um lugar ainda mais especial, em que o aprendizado é percebido e experimentado dentro e fora das aulas. Há mulheres que até hoje frequentam as aulas sem contar aos maridos, porque sabem que, caso eles descubram, talvez elas sejam obrigadas a voltar para casa emtempo integral. A evasão de estudantes ainda é um problema, mas dona Êda enfatiza que muitos voltam depois de deixar a escola - saem, geralmente, porque encontram empregos e não por não gostar da proposta.
A escola recebe diariamente mais de 1500 estudantes, em três turnos - dona Êda só desgruda o pé do Cieja às 22h30, quando fecha os portões que abrem às 7h. Ao longo do dia, as grades ficam abertas. É a afirmação da escola como espaço público, um lugar em que a troca de experiências é ininterrupta. E as portas também estão abertas para uma metodologia diferente: as aulas seguem um ritmo cíclico, ou seja, a cada mês os alunos emergem num grupo de matérias diferentes. Em um determinado mês, aprendem matemática e artes - dois professores, um de cada matéria, entram ao mesmo tempo na sala de aula. Em outro mês, por exemplo, desbravam ciências e filosofia juntas.
Quando você anda pela escola, as pessoas deixam claro: dona Êda é a essência de tudo. Foi ela quem disse aos assaltantes, que apareceram pela escola há alguns anos: "Se quiserem fazer alguma coisa com alguém, façam comigo". É ela quem conversa com os alunos quando querem desabafar histórias que não contam para mais ninguém. O poder de dona Êda se enraíza na sua paixão pelas pessoas. Ela ama gente. E por isso cercou-se de pessoas que acreditam na força dos sonhos quando transformados em realidade.
Ela nem lembra como surgiu a vontade de ser professora. Desde criança dava aulas para os irmãos, primos e bonecas. Sua família veio da Itália, ela nasceu em São Paulo, morava numa chácara em frente à escola emque estudava. Lá, ela encontrou uma professora que a marcou - de maneira nada construtiva, aliás. A mestra bateu na jovem aluna com um estojo, numa reprimenda à sua dificuldade de pronunciar a tal palavra "estojo". Aos 15 anos, Êda começou a lecionar enquanto terminava oantigo magistério. Em seguida, foi trabalhar em outras instituições de ensino, sempre à procura de novas experiências. "Não conseguiria viver uma vida em que todos os dias eu faço a mesma coisa", conta. "Essa história de que sempre foi feito assim, como vou mudar, para que mudar? - não dá mais. Mudar faz parte da vida", finaliza.
Quando você anda pela escola, as pessoas deixam claro: dona Êda é a essência de tudo. Foi ela quem disse aos assaltantes, que apareceram pela escola há alguns anos: "Se quiserem fazer alguma coisa com alguém, façam comigo". É ela quem conversa com os alunos quando querem desabafar histórias que não contam para mais ninguém. O poder de dona Êda se enraíza na sua paixão pelas pessoas. Ela ama gente. E por isso cercou-se de pessoas que acreditam na força dos sonhos quando transformados em realidade.
Ela nem lembra como surgiu a vontade de ser professora. Desde criança dava aulas para os irmãos, primos e bonecas. Sua família veio da Itália, ela nasceu em São Paulo, morava numa chácara em frente à escola emque estudava. Lá, ela encontrou uma professora que a marcou - de maneira nada construtiva, aliás. A mestra bateu na jovem aluna com um estojo, numa reprimenda à sua dificuldade de pronunciar a tal palavra "estojo". Aos 15 anos, Êda começou a lecionar enquanto terminava oantigo magistério. Em seguida, foi trabalhar em outras instituições de ensino, sempre à procura de novas experiências. "Não conseguiria viver uma vida em que todos os dias eu faço a mesma coisa", conta. "Essa história de que sempre foi feito assim, como vou mudar, para que mudar? - não dá mais. Mudar faz parte da vida", finaliza.
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