A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo lançou e no dia 30 de setembro, uma nova etapa do Referencial sobre Avaliação da Aprendizagem na área de Deficiência Intelectual (RAADI). Este documento inédito no país irá medir, a partir de 2012, os níveis de aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual do ciclo II do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos da rede municipal paulistana. No ciclo I ele já é aplicado desde 2009. O lançamento ocorreu no Centro Educacional Unificado (CEU) Meninos, no Sacomã.
Com base em referenciais teóricos que adaptam as Orientações Curriculares – expectativas do que os alunos precisam aprender a cada ano – para as condições de aprendizagem desses estudantes, o RAADI possibilita mapear os níveis do estudante com necessidade educacional especial, sem fazer uma comparação incorreta com outros colegas.
O RAADI é um instrumento de avaliação com indicadores em todas as áreas curriculares, para que a escola seja capaz de perceber as competências e possibilidades do aluno com deficiência intelectual na língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências, artes e educação física. No Ciclo II e EJA também serão medidas as competências em língua inglesa.
O novo documento abordará em seus capítulos a conceituação da deficiência intelectual, a discussão sobre a competência leitora e escritora, além de questões sobre a sexualidade. Ressalta ainda, o papel dos gestores escolares e a questão do olhar do professor no processo inclusivo.
Em outubro e novembro, coordenadores pedagógicos e professores das 13 Diretorias Regionais de Educação da cidade receberão formação sobre o uso do novo referencial que começa a ser aplicado em 2012. A rede municipal possui hoje 3.683 alunos com deficiência intelectual matriculados no Ciclo II e EJA.
Resultados - Criado em 2008, o RAADI reuniu professores e técnicos da Secretaria envolvidos com a Educação Especial em parceria com a Universidade Estadual Paulista - Unesp, para a elaboração de um material inovador, que apontasse caminhos para o professor conseguir entender e avaliar o aluno com deficiência intelectual.
Em 2009, iniciou-se a aplicação do documento pelas escolas e foram, então, avaliados 1.170 alunos, do 2º ao 5º ano do ciclo I do Ensino Fundamental. Por meio do RAADI concluiu-se que os alunos melhoram seu desempenho no decorrer de sua escolarização, demonstrando que não apenas estão cumprindo suas trajetórias escolares, como também apresentam avanços em seus desempenhos. Os indicadores também apontaram que a aprendizagem é melhor quando ela é colaborativa. Ou seja, quando o aluno com deficiência intelectual recebe apoio de outro colega mais experiente ou do professor.
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