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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CIEJA CL no portal CENPEC

 






Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja) Campo Limpo – São Paulo (SP)


“Que bom que você está aqui” é a frase que cumprimenta quem chega no casarão cheio de grafite e árvores que abriga o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja) Campo Limpo, na periferia sul da capital paulista.

 

O prédio já é um indício do modelo de educação praticado nesta instituição, que existe há 22 anos e foi inspirado no Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA), criado por Paulo Freire.

 

Referência em inclusão e diversidade, o Cieja Campo Limpo tem uma grade curricular diferenciada, com 2h15 de encontros diários (como são chamadas as aulas por lá) para os(as) 1.547 educandos(as), que podem realizá-los de manhã, à tarde ou à noite – tudo construído de forma coletiva, com a participação da comunidade escolar.

 

Imagem de Diego Elias Santana Duarte, coordenador-geral do Cieja Campo Limpo.


É nesse processo de ouvir a comunidade e abrir a escola que está a potência do Cieja. Nosso projeto político pedagógico olha pra realidade e não comunga com as injustiças sociais. Quem são esses alunos de EJA? Mulheres, em sua maioria negras; a população nordestina. Por que elas estão tendo acesso a este instrumento de mudança social, que é a educação, muito mais tarde do que deveriam?

 

Diego Elias Santana Duarte, coordenador-geral do Cieja Campo Limpo

Há 17 anos, a instituição realiza o Seminário Étnico-racial, que consiste em uma série de ações, realizadas ao longo do ano, que objetivam a discussão racial, e que são concretizadas em oficinas, bate papos, saídas culturais, palestras de convidados(as) especiais etc.

 

Os professores e as professoras também se organizam em comissões, que são grupos de pesquisa que desenvolvem diferentes temáticas, como de gênero, étnico-racial, inclusão etc. As atividades de formação de docentes são muitas vezes abertas à comunidade e também profissionais de apoio – como a visita ao quilombo do Ivaporunduva, no Vale do Ribeira, que aconteceu no ano passado.

 

Imagem da visita de educadores e educadoras ao quilombo do Ivaporunduva, no Vale do Ribeira.

Visita de educadores e educadoras ao quilombo do Ivaporunduva, no Vale do Ribeira

Para Diego Duarte, a chave de uma escola antirracista está na priorização de um projeto que veja a educação como um processo civilizatório, que deve ser garantido a todos e todas.

 

“Por que a nossa preocupação está voltada para os números, para a burocracia, a documentação? Todas as pessoas nascem com o mesmo potencial intrínseco, mas por questões econômicas, políticas, raciais, de gênero, elas são jogadas para mão-de-obra. Imagina se temos um processo educacional que tem essa visão holística, quantos cientistas não teríamos nas favelas?”, diz.

 

Confira dica de materiais sobre cultura e educação étnico-racial para formação docente

 

Gestão educacional: quando um projeto vira política pública


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