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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Um convite muito especial.

 



https://youtu.be/PIir8dR5MSY



https://youtu.be/PIir8dR5MSY



https://youtu.be/PIir8dR5MSY


quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

CIEJAs na cidade de São Paulo - Identidades, Culturas e Histórias.

 É com imenso prazer que fazemos o convite para o lançamento do livro “CIEJA's na cidade de São Paulo: Identidades, Culturas e Histórias”.

Organizado pelo DIEJA/COPED/SME-SP este material é resultado da trajetória do Centro Integrado de Educação de Jovens e adultos na cidade de São Paulo. Hoje com 16 centros, este projeto dedicado a garantia ao direito a educação do público Jovem e Adulto é premiado nacional e internacionalmente como uma das maneiras inovadoras de pensar a educação como um todo!
Quer saber mais? “Chega junto!!!”
Data: 09/12/2020
Horário: 19h

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Como podemos recriar a escola pós-pandemia: Programa que deu certo (CIEJA Campo Limpo) - Reportagem UOL

 

A vida é feita de idas e vindas, talvez para que possamos viver os desafios, as alegrias, os medos, os erros com novos olhares. Na década de 1990 vivíamos uma crise na educação de jovens e adultos, ou melhor, o maior número de abandono. Quase 65% dos jovens e adultos da cidade de São Paulo não completavam o Ensino Básico. Para tentar resolver essa crise surgiu o Centro Municipal de Ensino Supletivo (CEMES). Um curso apostilado, com eliminação de matérias e ensino a distância.

Ao final de dois anos percebemos que esse modelo não apresentava melhoras nas desistências. A partir de muito estudo, pesquisa e consulta a Lei de Diretrizes Básicas para Educação - LDB, surgiu outra proposta, a do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos - CIEJA, no Capão Redondo, periferia da zona sul de São Paulo. Na época, o lugar era considerado um dos bairros mais violentos do mundo, segundo a ONU. Como estávamos em um lugar novo, com muitas referências de evasão e violência nas escolas, resolvemos que, para atrair os estudantes, precisávamos mudar as estratégias. Então, nós abrimos os portões, que seguem abertos até hoje.


Ler o texto na íntegra

Dona Eda - Sem professor ou carteira - Reportagem UOL


 O que é hoje o CIEJA Campo Limpo era centro Supletivo de Educação de Jovens e Adultos, mas percebemos em 1998 que essa escola não dava muito certo porque era através de apostilas, eliminação de matérias. Até tinha professor para tirar dúvidas, mas os estudantes por si só tinham que estudar as apostilas e fazer as provas. Estudar sozinho é muito difícil. Requer muita disciplina, muita compreensão, e as dúvidas não são tiradas — para mim, é na troca que você começa a refletir e aprender.

 

Em 2000, mudamos para CIEJA, Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos. Saímos no bairro em que estávamos na Vila das Belezas, perto de Santo Amaro, e fomos para o Capão Redondo, que tinha o maior índice de evasão escolar entre jovens e adultos, além de uma alta população imigrante com baixo grau de escolarização e, por isso, eram pessoas com dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. Chegamos no lugar mais violento do mundo, na época, e percebemos que tínhamos que fazer uma educação diferente: escutar as pessoas que estavam fora das escolas.

 

Para nossa surpresa, pediram uma escola sem carteira, sem professor e sem disciplina.

 

Eu vou te explicar por que. Um jovem de 15 anos me falou que a carteira é a cela solitária: você é obrigado a ficar quieto, fazer o que mandam, não pode se mexer, nem fazer qualquer outra coisa; a escola já tem essa característica de prisão: as cores, o ambiente disciplinador. Os estudantes não queriam que os professores trouxessem o planejamento pronto, queriam ser ouvidos, ter suas necessidades entendidas. Sobre as disciplinas, disseram que quando bate os 45 minutos da aula é quando você começa a aprender, se envolver com o conteúdo e vem o sinal — um barulho horrível, o qual corta o pensamento, deixa as dúvidas para serem vistas dali 4 dias. Esses estudantes queriam educação de outras maneiras.

 

Eda Luiz tem 72 anos e acredita que todas as pessoas vêm à vida com uma missão. "Tenho a felicidade de ter conseguido ser aquilo que eu sempre desejei ser. Educar é a minha missão; acredito demais na escola pública de qualidade para todos, como um direito", reflete ao final da nossa conversa. Eda gosta de ouvir samba-rock e educar para tornar as pessoas livres, visíveis e munidas de autoestima. Afinal, a partir do seu trabalho com a alfabetização de adultos, ela concluiu que, infelizmente, os analfabetos são invisíveis no mundo letrado, um preconceito que passa pelo não reconhecimento dos saberes de cada um e causa dano emocional, psicológico, um constante sentimento de não-pertencimento aliado a um vácuo identitário, da percepção de si como relevante na sociedade, como cidadão.


Ler reportagem na íntegra